quinta-feira, 8 de setembro de 2011

CIENCIA

Análise de rochas antigas reforça teoria

Ouro que se encontra na Terra poderá ter chovido do céu

No início da história da Terra houve muitos bombardeamentos de asteróides

O metal mais precioso, que existe nos anéis e nos brincos e continua a ser um valor seguro em tempos de crise, poderá ter vindo numa chuvada de meteoritos que alterou a proporção de vários metais na constituição da Terra, 200 milhões de anos depois da sua formação. Uma equipa de cientistas, ao analisar rochas muito antigas, descobriu sinais desta colisão. O estudo foi publicado nesta quarta-feira na edição online da revista Nature.

Há 30 anos surgiu a teoria de que este ouro veio numa chuvada de meteoritos – algo muito comum no início da história do planeta. Esta é a melhor forma de explicar a quantidade deste e de outros elementos que existem à superfície.

A Terra tem um núcleo metálico, feito sobretudo de ferro e níquel, que está coberto pelo manto rochoso, que por sua vez está coberto pela fina crosta que pisamos. Mas o material que se foi agregando há 4,5 mil milhões de anos, e que formou a Terra primitiva, não estava diferenciado. Isso foi acontecendo ao longo do tempo, com o ferro a viajar até ao centro, que transportou consigo outros elementos como o ouro ou a platina, que se ligam muito facilmente ao ferro. Se mais nada tivesse acontecido, o ouro que restaria no manto e na crosta seria muito menor do que o que se tem encontrado.

Matthias Willbold, da Universidade de Bristol, e os seus colegas autores do estudo foram testar esta teoria medindo o isótopo 182 do metal tungsténio em rochas da Gronelândia com quatro mil milhões de anos – estas rochas são um portal do tempo para a história geológica da Terra depois de a diferenciação ter terminado, mas antes da suposta chuvada de meteoritos ter acontecido.

Este isótopo 182 forma-se a partir de outro elemento que deixou de existir naquela altura. Se realmente milhões e milhões de toneladas de meteoritos tivessem caído, a variante do tungsténio iria diluir-se nas rochas terrestres formadas posteriormente. Por isso, à partida, os cientistas esperavam que o isótopo estivesse mais concentrado na rocha ancestral vinda da Gronelândia do que numa rocha formada numa altura mais recente.

Foi isso que o grupo confirmou: uma proporção de mais 15 partes por milhão do isótopo 182 nas rochas da Gronelândia do que nas rochas mais recentes, o que é um sinal forte de que uma chuva de meteoritos terá "enriquecido" a Terra. “O nosso trabalho mostra que os metais mais preciosos nos quais se baseia a nossa economia e processos industriais chave, foram adicionados ao nosso planeta por uma feliz coincidência quando a Terra foi atingida por 20 milhões de milhões de milhões de toneladas de material de asteroides”, disse em
comunicado Willbold

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