clique na imagem para ampliar
Em conferência
de imprensa o presidente vitoriano teceu duras críticas, a PSP e ao subintendente
Daniel Mendes, que, dentro do Estádio, assistiram impávido e serenos aos
confrontos entre os adeptos do Braga e Vitória.
Afirmou sem
meias palavras: "existe um braço-de-ferro entre os Clubes e um interesse
corporativo” que não quer deixar de ganhar horas extras.
Júlio Mendes
apresentou imagens de alguns dos momentos dos confrontos entre os adeptos,
aquando do jogo entre Vitória B e Braga B
e referiu que o Clube “caiu numa armadilha” e explicou as razões que o
levam a sustentar tal afirmação.
Nas imagens
apresentadas, é possível ver alguns polícias ‘à paisana’, que assistem aos
confrontos sem tomar quaisquer medidas, como sublinhou Júlio Mendes.
“Aqui, não
estão em causa questões de rivalidade entre clubes. Nada nos move contra nenhum
clube. Desde a entrada em vigor do diploma, que permite aos clubes assumir a
responsabilidade da segurança dos jogos, que o Vitória, após várias reuniões,
decidiu que em determinados jogos assumiria essa responsabilidade. Temos seis
jogos da equipa B que foram feitos sem policiamento, temos cinco jogos da
equipa A nas mesmas condições. Em nenhum desses jogos surgiram quaisquer
incidentes”
“Temos dito
sempre que, estando em vigor uma lei que define com clareza o número de polícias
que têm de estar a desempenhar essas funções, não abdicaríamos deste princípio.
O número de agentes que têm de estar presentes tem de ser consentâneo com o que
está definido na lei. Eu compreendo que durante todos estes anos, os clubes
pagaram horas extraordinárias aos agentes de segurança mas isso hoje está
clarificado e está dito no diploma qual é o rácio dos agentes que deve estar em
cada jogo”
“Não estamos
a falar de agentes que garantem a segurança em situações de tumulto, como a que
assistimos, situações idênticas às que assistimos do jogo em Braga contra o
Paços de Ferreira, do Braga contra o Belenenses, do Braga contra o Leixões e
por aí fora. Digo o Braga porque foi, concretamente, com o Braga que se
passaram estas situações no passado domingo. Não são estes agentes que garantem
a segurança dos cidadãos, quem o faz é o Corpo de Intervenção"
“Esperávamos
que o estádio não recebesse mais do que 2 mil adeptos e, aplicando o diploma,
não poderíamos solicitar mais do que nove polícias. A polícia entendeu que
deveria ter 42 agentes, polícias que estão à porta do estádio e são pagos pelo
Clube”
“O Vitória
foi responsável mas foi mais longe. O Vitória disse, como sempre tem dito, que
vai exigir que seja cumprida a lei. Se a lei diz que são quatro, então só
aceitamos quatro agentes. Não é possível que os clubes continuem a suportar
estes custos”
“As pessoas
entram dentro da nossa casa, iniciam um conjunto de provocações e a polícia
está à porta, à espera que o ladrão entre e só depois é que actua. O que existe
é um braço-de-ferro entre os clubes e um interesse corporativo, que não quer
deixar de ganhar horas extraordinárias. Nesse jogo, estava a polícia, que não foi
requisitada, a assistir a tudo aquilo que se estava a passar”
“Um polícia
não deveria dar indicação ao Corpo de Intervenção para intervir? Esses polícias
estavam sentados nas nossas bancadas, viram vidas em risco, e só alguns minutos
depois é que actuaram. Isto é muito grave!”
“Depois do
circo estar a arder, alguém deu indicações para o Corpo de Intervenção entrar
no estádio. Isto é tão grave ao ponto do
subintendente Daniel Mendes ter dito ao vice-presidente Armando Marques,
estando ele dentro do estádio, que não estava ao serviço, que não havia sido
requisitado policiamento. Mas, pasmem-se, estava sentado na bancada e ao que me
consta não pagou bilhete. Não sei o
que lá estava a fazer. Eu sei que aquilo que estou a dizer é grave. Estou a pôr
os nomes mas nós vamos pôr os nomes e apresentar as provas. Este mesmo
subintendente no jogo com o Braga – Paços de Ferreira, apesar de não ter sido
requisitado policiamento, deu indicações para que os adeptos do Paços fossem
para trás da baliza e fosse assim garantida a segurança. Então, temos dois
pesos e duas medidas?”